Com o crescimento do trabalho remoto e a expansão do mercado global de tecnologia, muitos desenvolvedores brasileiros passaram a prestar serviços para empresas no exterior.
Embora essa seja uma excelente oportunidade de ganhos em moeda forte, surgem também diversas dúvidas sobre a tributação para empresas tech que atuam internacionalmente.
Neste artigo, vamos esclarecer como funciona a tributação para desenvolvedores que prestam serviços para fora do Brasil, quais são os principais cuidados, os regimes tributários possíveis e como reduzir os impostos de forma legal e estratégica.
O crescimento do mercado tech internacional
O avanço da digitalização fez com que a contratação de profissionais de tecnologia se tornasse global. Plataformas como Upwork, Toptal e clientes diretos nos Estados Unidos, Europa ou Ásia permitem que desenvolvedores brasileiros prestem serviços sem sair do país.
Com isso, cresceu também a necessidade de entender como se organizar do ponto de vista fiscal e contábil.
Afinal, muitos profissionais recebem em dólar ou euro, não emitem nota fiscal corretamente e acabam enfrentando problemas com a Receita Federal.
Quem precisa se preocupar com a tributação?
A tributação para empresas tech que atendem o exterior envolve basicamente três perfis:
- Desenvolvedores freelancers que recebem do exterior na pessoa física;
- Profissionais que abriram CNPJ;
- Startups ou empresas de tecnologia estruturadas com times ou produtos escaláveis.
Se você se encaixa em qualquer um desses perfis e recebe pagamentos de fora do país, a formalização e o planejamento tributário são indispensáveis para evitar problemas legais e reduzir a carga de impostos.
Quais impostos se aplicam?
A tributação para empresas tech varia conforme o regime tributário e o tipo de serviço prestado.
Veja os principais impostos que podem incidir sobre os ganhos:
Imposto | Incidência | Observações |
IRPF (Imposto de Renda PF) | Para quem recebe como pessoa física | Alíquota progressiva até 27,5% |
INSS | Para PF, pode incidir sobre o rendimento | Alíquota de 11% a 20% |
ISS | Para serviços, dependendo da cidade | Varia de 2% a 5%, mesmo com cliente no exterior |
CSLL, IRPJ, PIS, COFINS | Para empresas do Lucro Presumido ou Real | Alíquotas variam de 13,33% a 16,33% no Presumido |
Simples Nacional | Para microempresas e EPPs optantes pelo regime | Pode ser vantajoso para receita até R$ 4,8 milhões/ano |
IOF | Sobre câmbio nas operações internacionais | Alíquota de 0,38% para recebimento |
Como emitir nota fiscal para clientes do exterior?
Uma das maiores dúvidas dos desenvolvedores é como emitir nota fiscal para serviços prestados a empresas fora do Brasil.
Eis o que você precisa saber:
- Nota Fiscal de Serviço: mesmo sendo um serviço para o exterior, é recomendável emitir nota fiscal, mesmo que isenta de ISS, dependendo do município.
- Natureza da operação: normalmente usa-se o código de “exportação de serviços”, conforme a legislação local da prefeitura.
- Dispensa de IRRF e PIS/COFINS na fonte: como o tomador está no exterior, não há retenção na fonte, mas sua empresa ainda pode ser tributada internamente.
Qual o melhor regime tributário para quem atende o exterior?
A escolha entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real depende do faturamento, tipo de cliente, margem de lucro e objetivos do negócio.
Simples Nacional
- Alíquotas iniciais a partir de 6% (faixa 1, Anexo III ou V)
- Vantajoso para empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões
- Não há segregação clara de receita do exterior — pode impactar cálculo de alíquotas
Lucro Presumido
- Alíquota total entre 13,33% e 16,33% para serviços de tecnologia
- Carga efetiva menor do que Simples em alguns casos
- Permite melhor controle e enquadramento de receitas internacionais
Lucro Real
- Indicado para empresas com margens apertadas ou alta complexidade contábil
- Carga tributária pode variar muito
- Maior fiscalização e necessidade de contabilidade robusta
Tributação para empresas tech: como pagar menos impostos legalmente?

O planejamento tributário é o caminho mais eficaz para pagar menos impostos sem riscos. Veja algumas estratégias usadas por quem presta serviço para o exterior:
- Constituição de empresa (PJ): evita a alta carga do IRPF e permite deduções legais.
- Escolha do regime adequado: como vimos, o Lucro Presumido pode ser mais vantajoso em muitos casos.
- Apuração correta das receitas: separar o que é receita do exterior pode garantir isenção de impostos como PIS e COFINS.
- Uso de código de exportação na nota fiscal: garante segurança jurídica para isenções previstas em lei.
- Gestão da conta PJ e fluxo de caixa: evitar mistura com contas pessoais e garantir controle dos recebimentos.
Exemplo prático de tributação
Suponha que um desenvolvedor PJ fature R$ 20.000 por mês com serviços para uma empresa dos EUA.
Veja a comparação entre regimes:
Regime | Impostos mensais estimados | Comentários |
Pessoa Física | Até R$ 5.500 (IR e INSS) | Altamente oneroso |
Simples Nacional | R$ 1.200 a R$ 2.000 | Depende do anexo e fator R |
Lucro Presumido | R$ 2.666 (13,33%) | Estável, dedutível e mais previsível |
O que acontece se você não declarar corretamente?
Desenvolvedores que recebem via PayPal, Wise ou bancos digitais internacionais e não declaram corretamente correm riscos como:
- Multas por omissão de rendimentos;
- Autuações da Receita Federal;
- Impossibilidade de comprovação de renda;
- Problemas com câmbio e tributação retroativa.
Por isso, mesmo quem recebe como PF deve informar o valor via Carnê-Leão e incluir na declaração anual.
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Se você é desenvolvedor e quer crescer de forma legal e lucrativa, entender a tributação para empresas tech que atuam no exterior não é uma escolha — é uma necessidade estratégica.
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